Molde
Enamoro a ideia de ser um ser inanimado
Ou do mesmo valor
Uma traça-dos-livros
Escondida entre estantes
Nas sessões de Orwell e Bradbury.
Será que existe ser sorridente
Sabendo tudo que o sistema fez com a gente?
Eu grito
mas é em silêncio para não acordar os vizinhos
Eu clamo, mas é para um ser vazio
Eu estou sendo pisoteada pela ignorância do ego.
Não espero salvação
Espero poder conviver com a dor
E libertar os inconclusivos discursos dos que me odeiam
Ser a arvore genealógica da desordem
Encontrada entre trincheiras de alienados
Esperando para ser fuzilado de ideologias
Numa relação distópica com a vida.