Liberdade Individual

Posta uma pessoa no ventre da monarquia

Ainda que seja grata por sua fortuna

Não enxerga a precedência do povo

Como terra fértil da liberdade do rei

A sociedade nasce antes de qualquer um

Para permitir a chegada de qualquer um

A lei deve temperar o prato quente da nossa carne

Para que todos possamos consumir com equilíbrio

Antes que o homem singular o tome de nós para o gozo

E a vingança vetusta nos obrigue a nos amparar da dor

Da injustiça e ingratidão que não cabem na memória

Devorando para esquecê-lo até nossa fome voltar

Rousseau atirou uma pedra na redoma de vidro da maioria

E o vidro fino quebrou os deixando nus e envergonhados

Fracos e desorientados até o momento de entenderem

Que sempre foram carregados pelos braços desconhecidos

De tantos heróis famosos e anônimos daqui e dali

De tantos pais e mães do passado próximo e distante

Eu atirei a segunda pedra na redoma de vidro da maioria

E atiraram pedras incessantemente sem cansar em seguida

Desencadeou-se a liberdade geral plena ainda que efêmera

Até um novo rei surgir e roubar para si a liberdade do povo

Pois liberdades não são concomitantes e nem haveria de ser

Liberdade é singular como uma única massa de homens concomitantes

Val Xavier
Enviado por Val Xavier em 25/04/2021
Código do texto: T7240981
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