Depois do trabalho...

Pelo trabalho cansativo, talvez, o trago

O copo cheio, e pelos calos nas mãos

Beber mesmo um tanto quanto amargo

Pra calar a dor que machuca o coração

Dor que sangra a alma, dilacera, corta

Dói e quem não sente, não se importa

O olhar reprovador não mais o assusta

Pois, sabe quem paga gastos, custas

É o seu próprio suor, um salário insosso

Para uma meia vida, comida sem gosto

Alimento frio, horas longas, horas tantas

Não se lamenta, enfrenta, e ainda canta.