Veleiros no céu

moleques baldios

atravessam a nado

o mar de concreto

brotam do asfalto

feito erva daninha

entre escombros e estatísticas

são noticiados

sem serem vistos

filhos de pedras anônimas

navegam à deriva

e, dos lares desmantelados,

avessos

qual veleiros no céu

naufragando em brancas nuvens

sussurram por trás das vagas:

— Mas por que foi que nos chamaram?

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Poema classificado em 3º lugar no 28º Concurso Literário da Academia de Letras de São João da Boa Vista (2020).

Lidiane Santana
Enviado por Lidiane Santana em 07/04/2021
Código do texto: T7226232
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