O Tapete

Não importa quão lindo seja

Em trilhões de fios bordado

Ou enaltecendo nossa alma sertaneja

Seja com palha entrelaçado

Tem gente que tenta tecer retalhos

Assinando manifesto pela democracia

Mas não se deem ao trabalho

Da minha memória não escapa sua hipocrisia

Vocês que abriram as comportas

Do lixo que nos chega ao pescoço

Querem biografia recomposta

Se passando por bons moços?

Descolar da nulidade deste governo

Que ajudaram a construir?

Não pensem que se escapa do inferno

Só tomando algum elixir

E das mortes haverá cobrança

Mentes suscetíveis foram a pior epidemia

O Brasil de joelhos para a ignorância

O zap vencendo a academia

E o Brasil vai servindo de exemplo

Do que não se deve fazer numa crise

Esperança de melhorar com o tempo?

Abundância de idiotas torcem por uma reprise

Ei patriotas e aquele Brasil do pré-sal?

Promessa de um futuro brilhante

Inocência nossa, ganância de terceiros, origem de todo mal

Voltar a ser colônia é o “acordar o gigante”?

Trabalho barato para enriquecer multinacionais

Teto para barrar gastos com nossa gente

Vender nosso patrimônio, do liberalismo as tendências atuais

Te convido a uma reflexão inteligente

Engodo muito simplista, chegava a ser grosseiro

Mas era forte o marketing do “Eu não vou pagar o pato”,

Em mentes suscetíveis, um forte mensageiro.

De um Brasil logrado, um perfeito retrato

Hoje quando perguntamos sobre as melhoras

O silencio hiato de uma mente bugada

Abriram a Caixa de Pandora

E não existe melhora em nada

Enchiam a boca para falar em corrupção

Argumentos comprados numa mídia vendida

Elegeram, das milícias, a pior facção

Com coerência para sempre comprometida

Todo ato ou omissão tem consequência

Você pode até fingir uma consciência tranquila

Mas sei que o seu “e se eu” será uma latência

Pode empurrar para o fundo, mas nunca sairá da fila

Pois das que restarem, vidas tratadas sem capricho

Não dará para esconder debaixo do tapete

E não se assuste com as consequências deste lixo

Como num menino te apontando um estilete

Pois para aquele que pensa ter lucrado com tudo

Tendo sua riqueza terrena como rochedo

Muros altos, vidros blindados não servirão de escudo

Para semeadores do desprezo a colheita é o medo