Os filhos da pólvora

Soldados são pobres armados

lutando por interesses de políticos safados

nunca iniciam a confusão

mas cabe a eles morrer pela nação

São feitos máquinas do estado

banhados no dito patriotismo

quando a guerra acaba, são rejeitados

por quem fomentou esse sadismo

As vozes de crianças os consomem

Pois lembram das balas que atiraram

será que são mesmo os heróis que acreditam

ou tornaram-se os vilões que temem?

Nessa disputa entre coração e dever

quem se quebra é sua mente

incapacitada de escolher

apenas seguindo quem está acima da sua patente

Guerras levam suas mentes

guerras levam suas almas

guerras levam seus corpos

e deixam apenas saudades

Perdoe-me filho da pólvora

mas não vejo heroísmo em sua ação

enquanto sua mãe chora

quem iniciou a guerra dorme em uma mansão

Sua guerra é composta de homens amados

levados a acreditar que lutam por um bem

obrigados a matar homens armados

que no final, dessa ilusão são reféns

Sonho pelo dia que não haverão mais filhos da pólvora

o dia em que as armas virarão livros

as balas serão canetas

e os tiros, palavras escritas

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 18/03/2021
Reeditado em 15/04/2021
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