Os filhos da pólvora
Soldados são pobres armados
lutando por interesses de políticos safados
nunca iniciam a confusão
mas cabe a eles morrer pela nação
São feitos máquinas do estado
banhados no dito patriotismo
quando a guerra acaba, são rejeitados
por quem fomentou esse sadismo
As vozes de crianças os consomem
Pois lembram das balas que atiraram
será que são mesmo os heróis que acreditam
ou tornaram-se os vilões que temem?
Nessa disputa entre coração e dever
quem se quebra é sua mente
incapacitada de escolher
apenas seguindo quem está acima da sua patente
Guerras levam suas mentes
guerras levam suas almas
guerras levam seus corpos
e deixam apenas saudades
Perdoe-me filho da pólvora
mas não vejo heroísmo em sua ação
enquanto sua mãe chora
quem iniciou a guerra dorme em uma mansão
Sua guerra é composta de homens amados
levados a acreditar que lutam por um bem
obrigados a matar homens armados
que no final, dessa ilusão são reféns
Sonho pelo dia que não haverão mais filhos da pólvora
o dia em que as armas virarão livros
as balas serão canetas
e os tiros, palavras escritas