Será que chegaremos vivos na próxima estação?
O março findando
Tristeza, solidão
La vai ele
O insensato sem direção
colocando em risco
Não só a sua vida
Mas o defronte e o do lado
Que importa?
Nada tem valor
Um chega outro finda
Mais um adeus, adeus
Um até breve, breve
Mais um adeus
Vimos um verão chegar,
Outono, inverno, primavera
Veremos outro verão neste ano
Ou próximo século?
Oi fulano, oi sicrano
Tenho pressa, impressa real
Real virtual, sou eu
Tudo é escuro, não há luz
Não há túnel
Verifique o ar, batimento
Mantimento, mantenha o pulso
Alimento, provento,
Providencie um governo
Este que desgoverna
Estimula a negação, a morte
Ultraja a existência, incoerência
Não dá!
Quero viver, tenho direito
Ser aceito, aceitar
Acertar ou errar
Sou a multidão, sou único humano
Humanamente a implorar?
Rumo, vida larga, estreita, curta
Curtir, cultuar
Espaço, passear, ver o mundo
Enquanto posso nesta brevidade
Concedida , concebida
Com tempo determinado
Por certo incerto
Há de findar
Tristeza, melancolia
Dualidade, sorria, alegria
Seguindo o ciclo da solidão
Será que veremos outro verão?