Será que chegaremos vivos na próxima estação?

O março findando

Tristeza, solidão

La vai ele

O insensato sem direção

colocando em risco

Não só a sua vida

Mas o defronte e o do lado

Que importa?

Nada tem valor

Um chega outro finda

Mais um adeus, adeus

Um até breve, breve

Mais um adeus

Vimos um verão chegar,

Outono, inverno, primavera

Veremos outro verão neste ano

Ou próximo século?

Oi fulano, oi sicrano

Tenho pressa, impressa real

Real virtual, sou eu

Tudo é escuro, não há luz

Não há túnel

Verifique o ar, batimento

Mantimento, mantenha o pulso

Alimento, provento,

Providencie um governo

Este que desgoverna

Estimula a negação, a morte

Ultraja a existência, incoerência

Não dá!

Quero viver, tenho direito

Ser aceito, aceitar

Acertar ou errar

Sou a multidão, sou único humano

Humanamente a implorar?

Rumo, vida larga, estreita, curta

Curtir, cultuar

Espaço, passear, ver o mundo

Enquanto posso nesta brevidade

Concedida , concebida

Com tempo determinado

Por certo incerto

Há de findar

Tristeza, melancolia

Dualidade, sorria, alegria

Seguindo o ciclo da solidão

Será que veremos outro verão?

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 14/03/2021
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