SINAL VERMELHO
lisieux
Na luz vermelha
ela salta
aparece na janela,
flanela
na mão,
o seio em botão
aguaceiro no olhar.
Franzina, menina
de olhos tão negros
qual jabuticaba
que corre entre
entre as vagas,
dos carros parados...
E vende pastilha,
ciclete, bombom,
ou pede trocados
pra matar a fome
da mãe, dos irmãos
Daqui alguns anos,
ou meses, talvez,
terá no seu ventre
um filho também.
Menino ou menina,
terá mesma sina...
Pedir no sinal,
vender, mesmo dar...
o olhar
o choro
a fala
o corpo
a vida...
BH – 02.11.07
(para as meninas de rua, anjos abandonados de minha cidade)