VERDADE SEJA DITA

No chão de cimento, um cadáver chora

Lágrimas de ódio pelo seu algoz cruel

Lhe tiraram a vida por dinheiro de fel

Um ladrão lhe mandou mais cedo para o céu

A família não fez luto. Era um pé no colo

O pobre-diabo morrera num assalto vil

Talvez, na próxima vida, ele seja um cavalo

Puro-sangue é respeitado neste mundo-covil

Mas as bruxas estão rebeldes sob a lua

E as águas estão sangrando indigentes escravos

Para os reis, todas as mulheres andam nuas

Além dos castelos, a fome prega seus cravos

O dilúvio virá naufragar almas mesquinhas

Enquanto isso, o sol tosta desnutridos fraquinhos...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 02/03/2021
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