INJUSTIÇA

*INJUSTIÇA*

A Musa vestia o Branco, apenas.

Ostentava o Direito outorgado do céu

Carregava na mão a balança de prata

E nela a cabeça do pobre réu.

Vinha a Musa como as pombas

Altaneiras, plácidas e livres

Apregoadora da justiça do privilegiado

Silenciada quanto ao sangue dos seus crimes

Nunca pisava a Musa nos subúrbios

A veia azul não alcançava

Quanto ao pequeno, preto e marginal

Agilmente o seu braço traspassava

Endurecida ao grito dos fracos

O mero cheiro da senzala gerando-lhe ânsias

Andava a Musa de Torga soberba

Que ao excluído não dava esperanças.

Thermis símbolo do reto

Thermis, deídade dos oprimidos

Porque se vendeu por tão pouco

E ao injustiçado não destes ouvidos?

Alan Augusto
Enviado por Alan Augusto em 18/02/2021
Reeditado em 18/02/2021
Código do texto: T7187725
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