Um cipó-mata nordestino
Nas linhas deste poema
Que meu Nordeste exalta
Assaré deu-me o esquema
E a ele sou sempre grata
Se meu lugar é monema
Nos versos viro acrobata.
Nordestinar é meu lema
E minha pena é imediata
Na raiz deste teorema
A poesia está correlata
Metrificando o morfema
Com esta rima abstrata:
No ventre do meu Nordeste
Brotei feito um cipó-mata
Mas meu laço é diferente
E minha acolhida é sensata
Ele aperta bem requerente
Mas só acalenta e aclimata.
A minha raiz bem resistente
Nascida na Zona da Mata
E o meu coração resiliente
É só a metade pragmata
Quando olha o diferente
Então se torna acromata
Vê todos da mesma cor
E na medida mais exata
Da igualdade do seu valor
Que deste cerne cordata
Brota feito um louvor
E a empatia arremata.
Adriribeiro/@adri.poesias