O Nordeste brasileiro
Ainda bem recentemente
Me chamaram estrangeira
Sou nordestina decente
Genuinamente brasileira
E conclamo docemente
A minha raiz verdadeira
Sou nordestina de fato...
Mas não sou do exterior.
Não venha com papo chato
Tentar dirimir nosso valor
O Nordeste tem seu aparato
Seu estandarte e esplendor.
Se o Brasil tem seu hiato
O Nordeste tem seu pendor
Não queira fazer caricato
O povo humilde e trabalhador
Sempre Gentil, bom e sensato
Cheio de garra, fé e calor
Esta é a Região pioneira
Que hoje é vilipendiada.
Já foi a bela Côrte primeira
Depois de muito explorada
Se tornou a derradeira...
A sempre discriminada.
Não lembram um grande nome.
Poetas, músicos ou humoristas.
O estigma da seca e da fome.
Até seus grandes estadistas
A mais vil amnésia consome.
E já pensam como elitistas.
Mas o Nordeste altaneiro
Supera qualquer preconceito.
Seu povo criativo e festeiro
Também esbanja respeito
E não chama de estrangeiro
Pois não vê nisso defeito.
Antes, destes se faz companheiro.
Pois ao amor é sempre afeito.
Adriribeiro/@adri.poesias