As Canetas

As Canetas...

Foram fazendo a festa...

Em uma folha cheia de linhas vazias...

E com solidão...

Querendo ganhar vida...

São muitas cores e labores...

Poucos valores...

Em pedaços de vidas...

Digeridas por calamidades sociais...

Perfazendo espirituais...

Redesenho minha mente...

A cada demência...

Uma nova ciência...

Em uma consciência...

Negra de homenagens...

Em carenagens...

Trabalhando esperanças...

Da abstração, em uma...

Solidão remota...

Hibrido de estética...

Com ética...

Canetas sem beiras...

Benzedeiras, Rezadeiras, Trepadeiras...

Torneiras, Maneiras, Secadeiras...

Borrachas e Bolachas...

Nascimento de contratos...

Retratos e adornos...

Garranchos e guinchos...

Provocando e adicionando...

Canetas para deixarem lembretes...

Amanhã eu trabalho...

Amanhã, estaremos juntos...

Amanhã fisicamente, ficarei anormalmente doente...

Amanhã dinamicamente, espiritualmente...

Escreverei o que sentirei...

O que respeitei...

O que desejei...

Respirei o amanhã, suspirei o ontem, viverei o hoje...

As Canetas...

Assinaram demissões...

Auxiliaram contratações...

Anunciaram frustrações...

Argumentaram declarações...

Canetas...

Assinaram óbitos...

Com propósitos...

Para se entregarem ao insólito...

Canetas deixaram...

Paixões, amenizando desilusões...

A Caneta do agora...

Projeta a leitura do futuro...

Ainda me mantém puro...

Mas gosto de ser impuro...

A cada nova dialética...

O Léxico...

Envolve-me na gramática...

Uma temática...

Climática psicológica...

Vogo escrever...

Para quem sabe, alguém me querer...

As Canetas, vêem a oferecem...

Quando nos reunimos...

Resumos, discursivos...

Passando de mãos em mãos...

Vou assinar um cheque...

Na sorte de conseguir um bedel...

Que traga uma betel, que me leve para algum motel...

Causando minha morte...

A amante é uma pedante...

Diariamente uso várias canetas...

Criando diversas tretas...

A Caneta é uma sorte...

No ocre medíocre...

De gratidões, pois alguém pode ler...

E crer, e quem sabe começar escrever...

Ou reescrever...

É um cisma de ajudar, e não provar...

Há uma descrição do desafio...

A termos canetas, para obter diretas enfaixadas por indiretas...

Assinaram Tratados, que são irados...

Políticas, que podem virar titicas...

Canetas que serviram de sustento para famílias humildes...

E de avareza, para o acúmulo de riquezas...

A Caneta é uma certeza...

Canetas que assinaram despejos...

Canetas que pronunciaram desejos...

Canetas que evocaram desesperos...

Canetas que espiritualizaram dramaticidades...

Canetas que fizeram descomprometimentos...

Canetas que marcaram tempos...

Em caminhos e pergaminhos...

Abrigando idéias que socorrem...

Que se interceptam novas esperanças...

Passo a pintura, na secura de um papel...

Vazio na existência e na essência...

Uma evidência de decência...

As Canetas...

Sobrevivem ao réquiem...

De um harém de mensagens...

Ao longo de minha cronologia estúpida...

Faz muita agonia, em ventanias, movimentando manias...

As Canetas, compraram, purpurinas, buscando cafetinas...

Canetas Azuis, são brios de mares, repletos de azares...

Canetas Pretas, salientando berettas, gerando mutretas...

Canetas Vermelhas, sublinhando surpresas e omertas...

Para cada nova caneta...

Um colo de choro...

No seu incolor...

O calor da dor...

Na sua tintura...

Uma cura...

Para cada uma de nossas amarguras...

zaccaz
Enviado por zaccaz em 04/02/2021
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