Atendimento no hospital: Same, não Some!
Não quero hospital onde a telefonia/
de marcar consulta demore a atender;/
e a pessoa ligue até se ensurdecer/
com o toque, chamando, e não ouça um bom-dia;
perca a marcação e a mesma se adia/
por tempo distante e indeterminado./
Pareça que o Same é despreocupado/
e tanto lhe faz atender como não.
A alguém que registre uma reclamação,/
esse órgão reaja com dolo e frieza:/
um agente responda com indelicadeza,/
dizendo que cumpre o horário e o papel;
mas deixe a parede, mostrando um painel/
com letras malfeitas e mal preenchido;/
trabalhando assim, ele vá promovido,/
receba o salário em dia e integral.
Quem sofre com o método desse hospital/
é um doente que chegue, mas não se consulte;/
"e ainda está bem quando não lhe resulte/
cobrança — tachado de impontual".
Notas:
1) Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME ou Same).
2) verbo usado no presente do subjuntivo foi para não se referir a nenhuma repartição injustamente nem de forma leviana.
3) o poema acima contém 5 quartetos com versos hendecassílabos (11 sílabas métricas) e rimas intercaladas (abba-accd-deef-fggh-hiih).