Os filhos de Amália

Ser filho de Amália é duro

Como sempre foi para ela

É ser couro, ser pedra

E tantas vezes ser sela

Barriga grande e vazia

Sem camisa e pé no chão

Farinha, água e açúcar

Todo dia é seu rubacão,

Seu caviar, seu filé mignon

Mesmo assim é melhor que fome

E de que vale a justiça dos homens?

Vai para a escola e aprende

Force a mente e vê se entende

Para um dia poder ser “gente”

Come açúcar queimado

Pão velho seco e torrado

Pois doce é coisa de rico

Pão fresco é para abastado,

Ou será que estou errado?

Vai para a escola e transforma

Seu sonho, sua ilusão

Quem sabe num amanhã

Pão fresco e filé mignon

Poderá e com certeza

Ter um dia em sua mesa;

Afinal são tantas Amálias!

Miro Homemnegro
Enviado por Miro Homemnegro em 27/01/2021
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T7169721
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