Purgatório

Sentirei um nada

No escuro da noite

A mais movimentada hora

De um ciclo temporal

O silêncio mais ensurdecedor

O breu mais colorido

O nada contraditório

É assim que eu vivo

Vivo como se estivesse morto

Para na hora do sepultamento geral

Viver como viviam os outros

Fazer deste velório um grande carnaval

Um mundo degradante

Uma vida incômoda

Julgado pelas mais variantes

Camadas da plebe sórdida

Escutem os gemidos

Vindos do purgatório

Agonia, lamúria e dor

É o último ato de "amor"

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 26/01/2021
Código do texto: T7169389
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