A peste branca
Essa peste que já toma conta do mundo e deixa o seu vil legado
Donos de todos e daqueles que pela cor são agora julgados
Sem ter para onde ir porque não têm lugar certo
Escravos de um senhorio que agora os vigiam de perto
Homens e mulheres que ainda não compreenderam
Por que de alguém são propriedades e não mereceram?
“Somos todos iguais”, disseram alguns, e a nossa melanina
É tão linda quanto a cor branca daquele ou daquela menina
“Por sermos diferentes deveríamos nos completar”, desobedeceram
Mas fizeram disto pouco caso: “a diferença é lucrativa”, responderam
“Fiques aí embaixo que ficamos aqui em cima”
“De onde estás é mais fácil de ser manipulada para que não se oprima”
Tratados como animais de espírito, corpo e alma
Tiraram deles os direitos à felicidade e a calma
E assim ao longo dos séculos mostraram como se espanca
Um povo sofrido, lindo, mas agora quase morto pela peste branca!