MAQUIAGEM
Ninguém nunca vai saber... Pode continuar a fazer!
No teu rosto escuro, molduras enfeites de cores.
Quem será que se esconde naquela face?
A tortura de um brilho em milhões, e brincar de ser, fantasiar do que se vive em segundos.
Lados que não reconhecem. Afago da voz morta, perdida... Porque a máscara não te faz ser mais, ilusões se compram em qualquer esquina.
Apagado lampejo, fosco e derradeiro medo. Toca! Toca! È nada mais do que a pele!
Uma suspensa fama fanática. Adornada adoraria as dores de Deus... Oh, importâncias nem tão tanto importam! Mais a fazer por nada, num nada de nadar em artificial passagem. Mexer-se é inconvencional, a nova invenção e cada vez menos ter mais.
Noites afastadas de boa rotina, claustros de perdição, um beijo é máximo quando lhe há os fins de um corpo todo. Luz do sol fustiga a prosa de brilhos e texturas sedutoras. Complexa armadura pra tentar ser mais gente, quando muito tarde, quando já nem gente se é mais.
Douglas Tedesco – 10/2007