O GRITO.
Nas calçadas da vida, o grito!
Homens e mulheres amotinados
Nas coberturas das lojas e esquinas
Inebriam-se em trapos enrolados.
Gente jovem, rostos envelhecidos...
Rústicos sorrisos na face escondem
As angustias e as dores contidas
Na solidão dos dias e noites de fome.
Homens em farrapos transformados
Banidos sem perdão da sociedade
Sentados nas calçadas ou deitados!
Clama ao mundo, socorro!... Piedade.
O vento é velho conhecedor do grito
Nas calçadas das promessas invisíveis
Arrastando esta serpente maldita
Transformadora de seres em mendigos
Sem amparo, proteção e vida.