Macaco vê, macaco faz
A ciência anda trôpega por entre
a multidão acoplada no obscurantismo.
A ciência empurra os corpos,
movimenta a vida; testifica a liberdade e comprova o olhar.
A ciência anda sob os métodos,
e se aperta entre o povo para
mostrar-se despida;
E ela caminha sem pedir licença;
empurra, oferece tuas ferramentas, mas ninguém a vê.
A multidão quando a observa, a espanca e conspira teu corpo.
Lá vai a ciência sangrando nua, enevoada pelo negacionismo.
E ela berra a criticidade, enquanto o povo reproduz pergunta sem base.
O primata social tem sua regalia animal:
Veste o que vê.
Come o que sente.
Escarra o que ouve.
Bebe cloroquina.
Faz sem saber.
Enquanto a ciência se estripa; a morte ceifa a vida.
Referências abissais procriam passagens só de ida.
Por onde anda a literatura?
Por que não caminha entre o povo?
E a educação? Por que convulsiona entre lapsos de testes padronizados?
Lá vai o holocausto da ciência.
O sacrifício do pensamento;
E o suicídio filosófico.
A tríplice assassina, que promove
a maioria e faz curvar a minoria.
E já deves saber que das diferenças nascem répteis odiosos e pensantes.
Jacaré voraz, de mandíbula aberta e dentição sagaz.
Aberração que luta pela própria existência.
Um efeito colateral oriundo da quebra do que se considerava principal.