Alvo
Um alvo –
No peito,
Outro –
Nas costas,
O que de direito?
Façam as suas apostas!
Morador periférico –
Entre becos –
Vielas –
Nas favelas!
- Qual o teu nome?
- O teu sobrenome?
- O teu cep?
- O que te entorpece?
- A luta diária,
- A sobrevivência,
- Munido de carência,
- Falta tudo...
- Senhor, um absurdo!
Água –
Luz –
Quase sempre.
O pão de cada dia,
Precisamos nos manter firmes,
Nada de deslizes,
Garantindo a moradia.
O ronco no estômago,
Questão de perigo.
Há caráter que se compre?
Às vezes, a realidade sai em atropelo,
Atravancando os elos.
Uma enxurrada, um tsunami,
O que mais apreciamos a dignidade.
Pelas mãos dos mais fortes –
Do Governo –
Este é o plano,
Cai ao chão,
Omissos em suas questões.
Expondo-nos nos mesmos:
Becos e vielas.
Para sobreviver unidos –
Pintamos a aquarela,
Esta é a grande verdade.
Moradores da periferia,
No peito a galhardia.
Sem o combustível da vida,
A alimentação -
Duvidosa ou vencida.
O que nos move –
E o poder da persuasão...
Ainda há quem se comove.