UMA CRUZ NO ESCURO
UMA CRUZ NO ESCURO
corre o tempo
voa a luz
(anos luz)
espaço infindo
vazio de luz
sem tempo
opaco corpo
torpe idéia
indeformável geléia
luz no tempo
tempo na luz
a nada o tudo reduz
respinga um brilho
no trilho
e seduz
a luz
que ao tempo conduz
e então se reduz
e enquanto tudo fenece
e o tempo esquece
a ausência dele sem luz
a mente produz
um quanto de nus
esquecidos na cruz
a estrada estreita
a trilha perfeita
o medo do nada
os quantos na cruz
a vista ofuscada
num facho de luz
a cor sumiu no escuro do nada
o tempo fugiu sem nada de luz
e no papel
eu pus um traço em cruz
Obs.: Texto publicado por Shan Editores na
“Antologia da Lira de Bronze em 2002”.