A dança dos invisíveis.
No passo da dança
Compasso, no ritmo pulsar
Da vida
Esperança
Na luta desigual
Como o sangue tinto
Da roupa no varal
Do quintal
Da casa suburbana e triste
Cheia de gente
Faminta e dolente,
Gente que espera
O alvorecer redentor
Valha-me Deus Nosso Senhor
Rogai por nós
Na miséria e na dor
Da fome, meu Senhor.
No passo da dança, meu amor
A dança do infeliz,
Que escapou da bala por um triz
A dança da moça bonita
Que se vende na esquina
Por uma marmita
A dança macabra, Senhor da Vida,
Valei-nos da bala perdida
Agora e na hora de nossa partida.
Amém.