Resignada
Dizem que minhas roupas revelam
palavras de seduzir,
Que eleiam inocentes,
a ponto de não resistir.
Saio invisível, disfarçando uma culpa,
que golpeia feito navalha.
Conjecturando-se à desculpa,
de uma justiça que deturpa e falha.
E refletidos estão nos olhos,
os gritos que não pude dar.
Do veredicto dado em ferrolhos,
levando a alma a sangrar.
Resigno-me carente, amordaçada
Culpada pelo que não desejei.
Tentei falar, me fiz calada,
amolgada às margens do que passei.
E de alma violada, reduzida a pó,
num sopro de mulher
Vencida e só!