O HOMEM DE DEUS
(Na Praça dos Três poderes)
Voltado para o congresso
Eu vi um homem chorar,
Lamentava o insucesso,
Sentia frio e fome
E não tinha onde morar.
Lá dentro, homens posudos,
Bolsos cheios de dinheiro,
Ignoram, que absurdo,
Este e outros brasileiros.
Duas vezes o vi olhar
Pro palácio ali à frente,
Mas de lá não virá socorro,
Pois o homem é presidente
Que não atende ninguém,
Muito menos um carente.
À esquerda deste homem
Há o Palácio da Justiça,
Mulher cega de um olho,
A rainha da preguiça.
Dali tu corres o risco
De ser preso por vadiagem,
Entre grades e treliças.
Ó brasileiro sem nome,
Que vive como indigente,
Não sabes que nesta Praça
Todos são indiferentes
Com o que se passa na vida
Daqueles que são carentes?
Foto e texto feitos em 2005.
(Hull de La Fuente)
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