JUSTIÇA TURVA
Já tarde da noite
Um ministro com olheiras marcantes
Rascunha no pergaminho da história
Um habeas corpus.
Para um inocente? Não. Para um traficante
O pobre homem, coitado!
Perseguido, injustiçado, um pobre diabo
Um infeliz por inteiro
Tão pobre que nada tem, além de dinheiro
Em sua história, muitas vezes homicida
Arruinou tantas famílias, destruiu tantas vidas
Mas o ministro entende que lhe deva dar guarida
Pouco importa a ficha negra
Tão pouco milhões de maldades
Pois nada disso é maior
Que uma tecnicalidade
Não renovaram a preventiva, fazer o que?
Vá meu filho, vá em paz
E a polícia que o prenda de novo
Se for capaz, recursos não faltam
Tem até demais…