Vira-lata
Batizado vira-lata
na água podre, poça suja;
sarna consumindo o corpo e minha mente.
Essa herança: o lixo, as chagas,
a corrente se enferruja
quando o tempo passa frio, indiferente.
Servem meu banquete, um prato
feito em vidro estilhaçado
pelo qual combato todos vorazmente.
Minha siesta sobre o sangue,
só mais um dilacerado
que o passante repugna amargamente.