Para todos os estrangeiros de Camus
Vejo aqueles que se aprisionam
e vivem apenas uma encenação
escuto o que por dento gritam
e choro com eles pela libertação
Sinto o medo que eles emanam
e como fogem dos julgamentos
é triste a forma como se auto enganam
para caber em velhos assentos
E por todas ruas eles estão
vivendo reféns da aceitação
com medo dos olhos da sociedade
sendo esmagados pela normalidade
Todas as manhãs acordo em luto
pois os estrangeiros matam suas diferenças
tornam-se iguais, repetidos produtos
renegando suas crenças
Eles vivem em nossos lares
são pais, mães ou filhos
são qualquer estranho que encontrares
com casa fixa ou andarilhos
Eu abro meus braços para vocês
estranhos, diferentes, rejeitados
nesses tempos de liquidez
quero que se sintam abraçados
Quebrar as correntes é entrar numa batalha diária
mas a vida é uma só para ser prisioneiro
vai morrer escravo de uma vida falsária
ou será livre sendo julgado como o estrangeiro?