MARTINHA

No começo tudo era azul e céu

Eu era seu ombro, tu eras o meu

Depois voltaste à vida do crime, bandido

Pelo menos conseguiste dinheiro, bandido

Mas as drogas te subiram à cabeça

Foi quando, mudado, me pregaste uma peça

Passaste a me humilhar, bater e xingar

Enxotaste minha mãe do nosso lar

Foi o limite, começaste a passar na cara

O que por mim fizeste. Mas agora pára!

Abortei um filho do sangue teu

Não quero mais nada além do que é só meu

Se me tiraste da rua, agora me negas um lar

Se me cobriste a mim nua, agora estás a me humilhar

Se me destes dinheiro e nome, não podes me escorraçar

Sou minha de corpo, alma, plena a voar

Já tenho outro que me ama como me amavas

Ele será o que não fostes, o que eu esperava

Teu poder te fez rei só de si mesmo

Quanto a mim, me esqueceste a esmo...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 07/10/2020
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