MARTINHA
No começo tudo era azul e céu
Eu era seu ombro, tu eras o meu
Depois voltaste à vida do crime, bandido
Pelo menos conseguiste dinheiro, bandido
Mas as drogas te subiram à cabeça
Foi quando, mudado, me pregaste uma peça
Passaste a me humilhar, bater e xingar
Enxotaste minha mãe do nosso lar
Foi o limite, começaste a passar na cara
O que por mim fizeste. Mas agora pára!
Abortei um filho do sangue teu
Não quero mais nada além do que é só meu
Se me tiraste da rua, agora me negas um lar
Se me cobriste a mim nua, agora estás a me humilhar
Se me destes dinheiro e nome, não podes me escorraçar
Sou minha de corpo, alma, plena a voar
Já tenho outro que me ama como me amavas
Ele será o que não fostes, o que eu esperava
Teu poder te fez rei só de si mesmo
Quanto a mim, me esqueceste a esmo...