Meu direito? Sobreviver.
Couro curtido ao sol,
Debaixo de trabalho duro,
Quando o calor não te mata,
Te deixa mais forte, cascudo.
Trabalha para o homem da pedra,
Idealizador disso tudo,
O teu suor escorreu,
Encheu o cofre do dono do mundo.
O pobre serve pra isso,
Para reforçar o poder,
Daqueles que tem roupas limpas,
E querem te ver sofrer.
Hoje se sofre calado,
Medo de jaula, prisão,
Na boca que não sai palavras,
Está preenchida com pão.
Já vi pobre parar estradas,
Comércio e construção,
Reivindicando direitos,
Sem abrir mão de conquistas,
Fortes pela união.
Muitos desses morreram,
Outros mudaram de mão,
Ontem greve defendida,
Por trabalho e aposentadoria,
Hoje que explorem o peão.
Eu os via como heróis,
Hoje os vejo algoz,
Defendem quem tem o poder,
Talvez por medo de algo perder,
Aplaudem trabalhador se fuder.
Talvez seja por de culpa,
Entrou em luta injusta,
Reinvidicou o que não era para ser,
Hoje pago pelo direito deles,
O meu? é sobreviver.