Meu direito? Sobreviver.

Couro curtido ao sol,

Debaixo de trabalho duro,

Quando o calor não te mata,

Te deixa mais forte, cascudo.

Trabalha para o homem da pedra,

Idealizador disso tudo,

O teu suor escorreu,

Encheu o cofre do dono do mundo.

O pobre serve pra isso,

Para reforçar o poder,

Daqueles que tem roupas limpas,

E querem te ver sofrer.

Hoje se sofre calado,

Medo de jaula, prisão,

Na boca que não sai palavras,

Está preenchida com pão.

Já vi pobre parar estradas,

Comércio e construção,

Reivindicando direitos,

Sem abrir mão de conquistas,

Fortes pela união.

Muitos desses morreram,

Outros mudaram de mão,

Ontem greve defendida,

Por trabalho e aposentadoria,

Hoje que explorem o peão.

Eu os via como heróis,

Hoje os vejo algoz,

Defendem quem tem o poder,

Talvez por medo de algo perder,

Aplaudem trabalhador se fuder.

Talvez seja por de culpa,

Entrou em luta injusta,

Reinvidicou o que não era para ser,

Hoje pago pelo direito deles,

O meu? é sobreviver.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 07/10/2020
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