O poder de não ser
Eles são espelhos que eu não quero ver
Tudo eles são
Ou podem vir a ser
Eles fazem aquilo que eu não quis fazer
Por vocação...
Talvez por prazer
Eles sofrem o que não quero sofrer
Eu me apiedo
E me esforço para não ver
Eles e elas merecem-se, a meu ver.
Não me aventuro
Declino do prazer
Eu me esforço para entender
Mas não o suficiente
Para não me envolver
Deste ponto enxergo melhor
Não sou objeto de olhares
Sou o olhar, só.
Preservando-me fico maduro
Eles na vida
Eu em cima do muro
Nas vidraças não atiro pedras
Não cobro fracassos
Assim me previno dos estilhaços
Reflito sobre a vida para não viver
Eu me recuso
Eu tenho o poder