Um pouco de Machado para os dos atuais
Em Pancrácio ou em Medalhão
A sociedade estava em construção
O todo e o povo ao iníquo minguou
O vazio e o insipiente depurou
O sol nasceu, a noite morreu
A sociedade vestal amodorrou
Pancrácio velho ficou [...]
Preso no prisco continuou
Ensaio poético baseado nos escritos de Machado de Assis, Bons Dias e a Teoria do Medalhão. Pancrácio nesta poesia é o símbolo do povo e a sociedade e utiliza-se a origem etimológica de PAN, todo, e CRACIA, povo. Pancrácio também no dicionário remete a tolo, sendo esse utilizado neste ensaio para simbolizar a própria sociedade no qual apesar de ser o todo pouco evoluiu desde que Machado de Assis escreveu Bons Dias.
Quanto a Teoria do Medalhão, utiliza-se neste ensaio como um sumário através das palavras vazio e o insipiente, tendo como referência o aconselhado Janjão, que pelo nome se empreende que este não tinha nada para se tornar alguém na sociedade, todavia o pai percebendo que estava ficando velho resolveu fazer algo para quando este partisse o filho não acabasse na miséria. O pai então aconselhou-lhe a como ser um perfeito político, um calhorda.
O ensaio poético termina com uma sátira aos tempos atuais em que o todo tornou-se nada e os políticos, e os calhordas, apesar de serem a pequena parcela de o todo, acabaram-se tornando o tudo.