Um Tum infinito.
Pra gente que acorda todo dia
Não importa se ilustre ou indigente
Todos temos mesmo que por um instante
Um momento de primazia
Sentir o sol que nos energiza e queima
E superiormente indiferente
Sempre esteve lá, está e estará
E iluminando o que mesmo sombrio se revelará
Nas sombras nada se esconderá
Não mais empoderado desaparecerá
Pra gente que mente
Que em verdade nos diz
O que se cala desde o ventre
Que se apaga do tom alvo do giz
Nas bocas de quadro negro ditará
Para os olhos ávidos cegará
Então o sol trará a tona
O que afogado na garganta entoa
Num grito quase surdo
Que sufoca então no peito um surto
O coração finito teimoso mudo
Apenas retumbará e num lamento ecoará
Um tum, tum, tum infinito ao mundo
Cláudio Saiere 27/09/2020