Eu, tatu do pantanal

Ouço estalos lá fora

São toras de pau a se queimar

É o fim do meu habitat

E o choro da flora

As paredes estão a me aquecer

A aumentar a sede e reter meus passos

Mas consigo chegar ao topo

Que está a se fechar em cinzas

E quando rompo a escuridão

Vejo o céu em chamas

E caminho em outra direção

A que não me encanta

Ao me afastar do perigo

Eu sei do iminente castigo

Porém, o dono da culpa me preserva

A chuveirar meus cascos

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 21/09/2020
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