A Plena Lucidez do Silêncio

Quero dizer-te algo

Mas,

Fico em silêncio.

Olho a pequena paisagem daquele lugar,

Esquecido lugar de nossos pesadelos.

Um rio seco,

Uma casa devastada

Fome, muita fome.

Escuto diante da solidão suprema

O ar venenoso do silêncio.

Quero dizer-te algo

Mas,

De mim nada sai, apenas meus pensamentos nublados,

Porém não há a sordidez de uma chuva

Só o gemer nocivo da dor existencial nossa de cada dia.

Fome, muita fome,

Destruindo nosso afeto, nossas carências,

Contudo,

Fico em silêncio,

Temendo a perda de nossos sonhos.

Um rio seco sem nome

Um terreno devastado pela ausência da bondade.

E as esperanças presenteadas pelas mãos pesadas

De uma fé egocêntrica, pueril e intocável.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 20/09/2020
Código do texto: T7068237
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