Crianças e a negação

Crianças sendo abortadas já grandes,

O futuro mais provável é a sarjeta,

Num terreno baldio ou numa gaveta.

Crianças pedintes no calor das tardes,

Tarde nas noites, sem alimentos,

Com a barriga vazia vão dormir no relento.

Crianças comendo pelas calçadas,

Pessoas mudando para o outro lado da via,

Ninguém se dispõe a ajudar,

Preferem desviar as pernas e o olhar,

Pois a sociedade tem nojo do que ajudou a criar.

Políticos calados diante do caos,

Mães a procura de seus filhos,

Filhos a procura de seus pais.

Nada falavam, nada viam e nem ouviam,

Mas todos sabiam que os direitos dos pequenos coibiam,

Por isso fingiam. Viva a hipocrisia!

Eliezer Antunes de Oliveira
Enviado por Eliezer Antunes de Oliveira em 19/09/2020
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