IRMÃOS ARENGUEIROS
Vizinhos maus são pragas que assolam a redondeza
E esses dois irmãos não se aguentam em sua rudeza
Prostitutos, vivem aqui a seduzir menor
Crianças, ainda ingênuas caem no laço do maior
São viciados. Sua casa: terreiro e cabaré
Despeitados, xingam homem e mulher
Pra eles ninguém presta. Tudo é uma maloca só
O mais novo – AIDS – vive sentindo dor
Revoltado, vinga-se passando o vírus para frente
Teve um que se mudou. Não aguentou aquela gente
Davam queixa de todos. A justiça do seu lado
O delegado com dó, pensava-os discriminados
A maldade sem sexo pode ser uma defesa
Mas quem só sabe atacar, pode ter a vida só de incertezas!