Os Invisíveis

Os invisíveis nascem dentro de favelas,

Se encontram pelas ruas e periferias,

Só chamam atenção se pedem uma moeda,

Em época de eleição é disputa política.

A invisibilidade não os dá poder,

É como uma desgraça, ou coisa parecida,

É discriminação é puro preconceito,

É ter a existência sem prover de sua própria vida.

Invisível,

É a menina preta sentada no canto,

Se isola em sua classe não quer ser percebida,

Ali não há ninguém para enxugar seu pranto,

Um corpo imóvel e alma cheia de feridas.

Invisível,

É o pobre que tem fome e pede alguns trocados,

E logo vem em sua mente "pobre viciado",

O teu cigarro de maconha tu não julga um vício,

Não mata a fome e vela a alma mesmo estando vivo.

Invisível,

É a mulher que apanha e não pede ajuda,

Tu presencia, e não se mete, mantém a postura,

Pois a colher que tu carrega é rasa, não profunda,

Ela é igual a sua mente covarde e insegura.

Os invisíveis não têm voz, mas têm coração,

Eles matam para comer, um leão por dia,

Estão aí e imploram para serem notados,

Querem ser vistos, enxergamos, no clarão do dia.

E não apenas serem lembrados em ocasião específica.

Que "o invisível nos salte aos olhos"

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 25/08/2020
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