Os Invisíveis
Os invisíveis nascem dentro de favelas,
Se encontram pelas ruas e periferias,
Só chamam atenção se pedem uma moeda,
Em época de eleição é disputa política.
A invisibilidade não os dá poder,
É como uma desgraça, ou coisa parecida,
É discriminação é puro preconceito,
É ter a existência sem prover de sua própria vida.
Invisível,
É a menina preta sentada no canto,
Se isola em sua classe não quer ser percebida,
Ali não há ninguém para enxugar seu pranto,
Um corpo imóvel e alma cheia de feridas.
Invisível,
É o pobre que tem fome e pede alguns trocados,
E logo vem em sua mente "pobre viciado",
O teu cigarro de maconha tu não julga um vício,
Não mata a fome e vela a alma mesmo estando vivo.
Invisível,
É a mulher que apanha e não pede ajuda,
Tu presencia, e não se mete, mantém a postura,
Pois a colher que tu carrega é rasa, não profunda,
Ela é igual a sua mente covarde e insegura.
Os invisíveis não têm voz, mas têm coração,
Eles matam para comer, um leão por dia,
Estão aí e imploram para serem notados,
Querem ser vistos, enxergamos, no clarão do dia.
E não apenas serem lembrados em ocasião específica.
Que "o invisível nos salte aos olhos"