DE QUE FUTURO SERÁ ...
Assim
como que de repente
de ontem para hoje
a angustia, a tristeza
fazem rasantes
por sobre nós outros
O mundo encarcerado
e incautos brincando
de semi-deuses
Há de passar
Há de passar
Lá fora
lágrimas migram
para muitos olhos
O capital
as elites
se juntam para distribuir desesperos
vomitar suas hipocrisias
como num realit show
macabro
Hordas se aproveitam
do caos
e brancos babam
Um "novo normal"
tenta se adaptar num futuro
desesperançado
Há, tempos tempestuosos
Exilado
olhando da minha janela
penso
Ainda dá tempo
para a poesia ?
Ocorre-me uma idéia louca-lírica
Tivesse eu um poema bomba
um poema fissurado de amor
para mudar esse mundo véi
Hem ???
Sei
que lá fora
o mundo segue desequilibrado
desnivelado
desqualificado
tremendo, rangendo...
Apesar dos pesares
pego lápis e papel
Minhas mãos friviam
Tenho urgências de amar
de viver ...
O tempo urge
e quero lançar esse poema
aos ventos
antes que tarde
Quem saberá ???