DE QUE FUTURO SERÁ ...

Assim

como que de repente

de ontem para hoje

a angustia, a tristeza

fazem rasantes

por sobre nós outros

O mundo encarcerado

e incautos brincando

de semi-deuses

Há de passar

Há de passar

Lá fora

lágrimas migram

para muitos olhos

O capital

as elites

se juntam para distribuir desesperos

vomitar suas hipocrisias

como num realit show

macabro

Hordas se aproveitam

do caos

e brancos babam

Um "novo normal"

tenta se adaptar num futuro

desesperançado

Há, tempos tempestuosos

Exilado

olhando da minha janela

penso

Ainda dá tempo

para a poesia ?

Ocorre-me uma idéia louca-lírica

Tivesse eu um poema bomba

um poema fissurado de amor

para mudar esse mundo véi

Hem ???

Sei

que lá fora

o mundo segue desequilibrado

desnivelado

desqualificado

tremendo, rangendo...

Apesar dos pesares

pego lápis e papel

Minhas mãos friviam

Tenho urgências de amar

de viver ...

O tempo urge

e quero lançar esse poema

aos ventos

antes que tarde

Quem saberá ???

dito
Enviado por dito em 20/08/2020
Reeditado em 20/08/2020
Código do texto: T7041646
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