Muros
Não calo perante o absurdo,
Falo do que ninguém gosta,
Ideologias sem nexo,
Ideias que julgo, "idiotas".
Querem te fazer acreditar,
Que um dia tudo irá mudar.
Mudam versão das histórias,
Atacam toda retórica,
Pagão que usa o pecado,
Para te manter pregado.
Eles que cospem na cruz,
Se acham melhor que Jesus.
É cada dia um espinho,
Em tua coroa na testa,
A tua dor é intensa,
Mas te prometem cuidados.
Curam a alma e o corpo,
Em troca de alguns trocados.
Eles acabam com a fome,
E ainda aponta o caminho,
"Toda mazela se acaba,
A base do extermínio".
Quanto mais morte melhor,
Morrem em filas, sem dó,
Velhos, crianças e adultos,
Pobres, sem ter um futuro.
Que a peste invada as favelas,
Entre em toda viela,
Percorra becos escuros,
Leve tudo e a todo mundo.
É assim que pensam os graúdos,
Que se acham dono de tudo,
E os poucos que ficaram, trabalhe,
Sem benefícios, direitos,
Sem dó e piedade.
Mortos são mais de 100 mil,
Isso não é guerra civil?
Culpam a China e o vírus,
Para camuflar o real inimigo.
Conhecimento e livros,
Querem ter tudo banido,
Nada pode ser questionado,
Por eles, tudo deve ser abnegado.
Minha indignação é imensa,
Onde uns aplaudem e festejam,
É onde vejo problemas.
Eles abafam meu grito,
Por mais que tentem, sussurro,
Enquanto erguem paredes,
Aos murros,
Derrubo muros.