Mudam-se os trajes...


Eis a nova República,
agora com roupagem branca,
o verde retirado.
Eis a expectativa do milagre,
a esperança de um povo sofrido.
Chegou a novíssima República,
com tratos, teorias fabulosas,
nomes, homens diferentes.
Mas as ideias, ah, as ideias, os atos
assemelham-se ao verde comando,
às oliveiras que não deram frutos;
mas o óleo foi extraído; como, não sei.
Eis o começo de um fim próximo,
o vil resgate que assombra,
surgem das sombras,
dos dejetos que os homens lançam,
jogam no resto do desfavorecido.
A vergonha capitalista, o imperialismo,
o poder subjugado com enganos,
pautas de números confusos, irreais.
E as bancadas bancam o jogo.
A sorte rola, é participação do povo,
é uma ficção, não há opção de escolha.
O outono aqui se faz diferente.
Jogou o verde ao chão.
Flutuante as folhas secas ficaram
para a esperança vã,
neste retrato que já se mostra.
Não é milagre que esperamos,
mas o pulso firme e objetivo,
pois aqui o cavalo é manso,
o ginete é que tenta pular mais alto.
Vamos Brasil, dar o grito como sempre.
A seleção está formada, queremos só,
somente mais um cínico.