Pelos Menos Um Milagre!
Quando me viro para o Céu
concluo um conjunto de inverdades
pois, num só olhar, as fantasias vangloriam-se
por alcançarem a perdição divina;
Quando olho para o mar
revejo reflexo de homens fatigados inocentemente,
diante do delírio de mil vozes afins
e o namoro entre dois querubins
que se odeiam mutuamente;
Quando olho para mim
sonego em mares de ideias sem fim.
E sobre os meus defeitos
carrego virtudes sem negativos efeitos
À sombra da esperança
confesso tudo o que penso;
Quando me viro para o Futuro
alcanço inúmeras proibições de sonhos
sobre os pobres lugares ainda não percorridos
entre vontades alheias a nossos desejos
até aos prazeres inacabados de alcançar;
Quando olho para o parlamento das discussões
notifico-me em leituras de inverdades não desmentidas
em relação à corrupção da fala humana
e ao bem-estar do silêncio, que fala mais alto do que um brivante grito;
Quando olho para a vida que temos
dispo-me da tristeza momentaneamente.
Sirvo-me de lembranças fortes:
naquelas horas em que luto eternamente;
Quando me viro para o recente passado
lavo nódoas limpas pela fúria,
estendo cansaços esporadicamente,
descanso-me do cansaço
ao ar livre, sobre as vozes de encorajamento
mesmo que não lhes seja acreditável
que noutrora foram pedras incansáveis
enquanto À PÁTRIA prestavam serviços honrosos;
E, finalmente, de novo, quando me viro para o Céu
depreendo DEUS, lá nas alturas infinitas
que obviamente lança chuvas para todos que,
incansavelmente, O
adoram em verdade
embora não O contemplem a olhos vazios de fé.