UM DIA APÓS OUTRO

Acordei despido

das mágoas e delírios,

e gemidos.

Transportaram-se do jeito que estava.

Deixei para traz velhos hábitos,

vesti infinidades de outros,

Alguns parecidos, noutros amortecidos;

Não pretendo ser mais

Aquela planta acomodada no vaso,

Florindo na sala

Só para os olhos do caseiro.

Meu mundo se dilatou,

Ou entrei numa rascada

Exploro outro corredor

Amarelado

Pareceu-me estreito,

Mas, não me incomodou.

O vento bate-me

Nas costas dando boas vindas.

Não tem volta.

Bagagens nem pensar...

Mas, levei na frasqueira alguns acessórios:

Alegria, para animar as incertezas,

Perseverança, para contrariar o refugo,

Magia para manipular meu ser simbólico.

E não esqueci

Um pouco de minha juventude.

Minha conduta

Satisfaz meus passos

Sinto-me como uma árvore

Plantada à beira de um igarapé.

Opuseram-me a entrar

Com coisas mais.

Afinal de contas

A turma aqui é outra

Joga com outras chuteiras.

Quem me trouxe, agora

Já dispensou a lotação.

Vesti-me de outro ser,

sem demora.

E, já traguei a essência

No cair da noite,

Resta-me relaxar

E desfrutar

12/05/2018 - Poema para mim que mora em maio.

William Augusto Pereira
Enviado por William Augusto Pereira em 11/07/2020
Código do texto: T7003208
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