Versus negros

Dos versos brancos, libertos das rimas,

Ao homem nobre, vivendo na glória,

As regalias de quem vem de cima

E as entrelinhas à margem da história

Esvanecendo, se escondem da vista,

Fazem da vida não mais que ilusória

Nesta ilusão, entre linhas e lutas,

Desde Caó a Isabel e Queirós,

A liberdade que o preto desfruta

Faz parecer que esse povo tem voz

Quando a verdade, no mundo farsista,

Diz que nem vez ele tem entre nós

Desde a colônia, juíza que, outrora,

Ao nascimento dizia a sentença,

A mente humana, senzala do agora,

Uno motivo da vil diferença,

Faz com que o preto, no mundo racista,

Carregue o fardo da cor de nascença

Vitor do Carmo Martins
Enviado por Vitor do Carmo Martins em 11/07/2020
Código do texto: T7002597
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