Versus negros
Dos versos brancos, libertos das rimas,
Ao homem nobre, vivendo na glória,
As regalias de quem vem de cima
E as entrelinhas à margem da história
Esvanecendo, se escondem da vista,
Fazem da vida não mais que ilusória
Nesta ilusão, entre linhas e lutas,
Desde Caó a Isabel e Queirós,
A liberdade que o preto desfruta
Faz parecer que esse povo tem voz
Quando a verdade, no mundo farsista,
Diz que nem vez ele tem entre nós
Desde a colônia, juíza que, outrora,
Ao nascimento dizia a sentença,
A mente humana, senzala do agora,
Uno motivo da vil diferença,
Faz com que o preto, no mundo racista,
Carregue o fardo da cor de nascença