OUTONO MASCARADO

Um ar de outono diferente invade as formigas pingadas

As que só trabalham porque não sabem cantar

E aí que me vi sentada

A beira de uma passarela no sumo e no meio do verde...

São mais ou menos sete pontos de ônibus

Sem nem movimento de aglomerações

Antes acenada pelo capitalismo e sobrevivência na labuta de todo dia

Numa cidade insana do Brasil!

Eu quero no mínimo uns

Palmos a baixo o governo contra o povo

Que não vale um voto sequer!

Oh, meus deuses!

-É o fim dos tempos!

(E nessa hora eu corto os pulsos e meu sangue jorra pela passarela do Tucuruvi)

Disse um velhinho passando por mim...

As locomotivas da industria não param

Até os carros estão flutuando a uns cinco metros de distância um do outro

-Congestionamento na 23 de maio!

Diz um jornal

Pessoas cinzas normais

Estampando suas máscaras...

Que maluquice é esta?

É o medo...

Enquanto eu, faço poesia

E eu penso que pensam:

Mais uma louca de máscara...