Perto deles,
somos MILIONÁRIOS!
somos MILIONÁRIOS!
No verão...
Posso preferir, sentir todo calor;
Fazer descer suor...
Sem agonias, optar me purificar;
Purgar com sal, o fel da minha dor!
Se preferir...
Andar na praia solta, mergulhar em lago ou rio;
Depois de me banhar de roupas...
Em águas temperadas de perfume e ervas;
Me apartar dos sais, ...dos "aís"...
Pós, me refrescar...
E me dar e fazer condicionar, num agradável frio!
...num inverno rigoroso...
Assistir de longinha, bailar a neve antes de cair;
Dentro de minha choupana e nela, ali me abrigar;
Me trancafiar, dormir...
Num quarto iluminado, ou apagar a luz
Me acolchoar com três felpudos, cobertores;
Sem culpa, dolo ou dores...
...sequer, o frio sentir!
...assistir "tv"...
Sem me levantar, comer, beber,
E comer mais, de novo...
Acumular gravetos, pra acender lareira
Ou em tocos que já empilhei, aquecido ar;
Escrever, voltar dormir, ....sonhar...
Tomar café e chocolate bem quente,
Aquecido dum fogão de lenha!
Mas, se ainda preferir...
Posso me fazer de louco...
...andar descalço, em campos brancos de geada;
Logo bem cedinho, com o galo acordar,
'nda madrugada;
Depois de orvalhar e do sol tímidamente,
Ser só sensação...
Ouvir na serração o cantar, no revoar da passarada!
Aí lhes digo, perguntando
Somos privilegiados, mesmo com pouco dinheiro;
...abençoados.
Pois ganhamos de Deus tudo que ELE fez
E ainda nos presenteou com a amada poesia,
Por ela e dela nos fartarmos,
Vivendo isso, todos os dias!
Viajando e lendo...
De carona com nossos infindáveis pensamentos,
Pelo mundo inteiro!
Mas temos e precisamos...
Teimar/ pensar, nos “sem opção”;
Abandonados e relegadas, à própria sorte;
Mas que têm no peito, além de um coração batendo, ainda que fraquinho;
A obrigação latente e premente, de sobreviver:
Quisera numa primavera linda, florida e temperada;
Num arrebol perfeito na tarde,
outonal;
No inverno castigante, jogado à beira de uma estrada;
A manter-se vivo, sob impiedosos 40graus...
Num calor terrível, de um dia todo de verão;
Esperando o dia e a hora certa de sua inadiável, morte!
""Por isso torno repetir:
Perto deles
somos...
ou não somos,
MILIONÁRIOS!!
Perto deles
somos...
ou não somos,
MILIONÁRIOS!!