Estejam certos, senhores!
Os cães espreitam...
Toda maneira,
toda mentira,
teatro de sombras
sob os ecos do oco,
sobre esta terra que sangra,
sobressaltos de corrupção
em gotas de sangue,
em espetáculo de gangues,
em bolsos fartos de fartura alheia.
Os cães farejam...
Toda honra,
toda face,
toda frase balbuciada
na perplexidade de quem
assiste o golpe certeiro
no seio desta república,
ensaios de caos
como alternativa digna
da minha gente.
Estejam certos, senhores:
Nosso verso resiste,
nossa gente permanece,
nossos bosques têm mais vida.
E sempre terão.