RESISTÊNCIA

Esgueira a lágrima por traz da mascara

Assiste o vil implacável Tirar nabos da púcara

O ferro em brasa, o sinal em cruz na cara

Açoite da elite, despeito a morte escancara

O sussurrar do vento la fora

Aterroriza a escrava mãe que chora

Ouvindo o estalar do chicote do algoz

Pávida morte no tronco veloz

Minguante lua sepulcra o sono na senzala

A africana embala o filho para descansar na sua vala

Risos, cantorias, esterias e gargalhar

O choro aguça a vontade de vingar

Cotidiano de lutas e resistências

Em meio ao horror existia a consciência

Da liberdade integral e plena

Que viria escrita em bico de pena

Di Freitas
Enviado por Di Freitas em 09/06/2020
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