RESISTÊNCIA
Esgueira a lágrima por traz da mascara
Assiste o vil implacável Tirar nabos da púcara
O ferro em brasa, o sinal em cruz na cara
Açoite da elite, despeito a morte escancara
O sussurrar do vento la fora
Aterroriza a escrava mãe que chora
Ouvindo o estalar do chicote do algoz
Pávida morte no tronco veloz
Minguante lua sepulcra o sono na senzala
A africana embala o filho para descansar na sua vala
Risos, cantorias, esterias e gargalhar
O choro aguça a vontade de vingar
Cotidiano de lutas e resistências
Em meio ao horror existia a consciência
Da liberdade integral e plena
Que viria escrita em bico de pena