UMA QUESTÃO DE HONRA
A propósito do racismo. Confissão de um negro.
Tenho de defender a minha boa honra,
Que assumi perante meus amados pais,
Que disseram para não me por aos ais,
Respirar ar puro e não recear a sombra.
Sombra que me cobre sem compaixão,
Para me esconder da vista da multidão,
Que quererá me linchar, por ser negro,
Sou um ser humano normal, meu ego.
Ego que estímulo com as minhas ideias.
Que são pessoais, nunca serão alheias,
Defendo o ser humano como o enviado
Por Deus para ser um ente bem amado.
Negro ou branco o sangue é vermelho,
A diferença é só na cor da mesma pele,
Os sentimentos é que contam, choram,
Riem e morrem e por justiça imploram.
Imploram, reclamam a igualdade justa
Apelam por tréguas para serem felizes,
Seus apelos fazem eco, sem reposta,
Chegam ao fim da vida muito tristes.
Ruy Serrano - 06.06.2020