DEVER
Na diapasão do tempo
Há feridas permanentemente abertas
Vozes que não param de sangrar
Anjos sem asas
Que caem do alto de edifícios
Ou são atingidos pelos mesmos projéteis
Há sonhos que escapam a orações
Velas que não se apagam
E que já não dissipam dores
Milagres que ainda esperam
E nessa perversa semântica
Caminhar é um ofício
Mas lutar deveria ser um dever.